Crime
Organizado
Sumario
Conceituação
do crime organizado
Organização
e economia do tráfico de drogas ilegais, do furto e roubo de
veículos e do roubo de cargas
Outras
forma de crime organizado
A seguir veremos
características de vários tipos de crimes que alimentam, mantém
e fortalecem o crime organizado no Espírito Santo, no país e
no mundo.
São tipos de
crimes que fazem parte do nosso cotidiano, e que muitas vezes,
a população não tem conhecimento da sua ligação com o crime
organizado.
Conceituação do
crime organizado
Há vários estudos
sobre o que é o crime organizado. O cientista social Guaracy
Mingardi distingue o modelo tradicional, que teria entre nós
uma forma aproximada do jogo do bicho, e o modelo empresarial,
que é mais comum no Brasil. Para ele, o modelo tradicional possui
sistema de clientela (com lealdade, obrigação), impõe a lei
do silêncio aos membros ou pessoas próximas, cultiva o conceito
de honra, uso da violência ou da intimidação e conta com a proteção
de setores do Estado. Além de características do modelo empresarial,
com hierarquia própria, planejamento, divisão do trabalho e
previsão de lucros.
Formas, manifestações e desenvolvimento
do crime organizado
Organização e economia do tráfico de drogas ilegais, do furto e roubo
de veículos e do roubo de cargas
Tráfico de drogas ilegais
A população tem
um contato maior com o microtráfico que se espalha nos locais
de venda de drogas nos bairros e favelas das cidades de todo
o país, as chamadas “bocas”. Estes pontos de venda de maconha,
cocaína, crack podem ser bares, esquinas, barracas, casas, com
número variado de integrantes e de consumidores. As crianças
e adolescentes são muito usados como mão-de-obra no microtráfico.
Os consumidores são jovens e adultos de todas as classes sociais.
Os grandes traficantes
trabalham simultaneamente Com negócios legais de médio ou grande
porte (fazendas, revendedoras de veículos, hotéis, restaurantes.
aeroclubes, etc) e têm atividades políticas ou boas relações
com pessoas que exercem cargos públicos eletivos ou não.
O ex-Secretário
de Segurança Pública de São Paulo, José Afonso da Silva afirma
sobre o tráfico de drogas: “o narcotráfico é um empreendimento
que caracteriza crime organizado. embora o sistema de microdistribuição
do crack não aparenta essa característica”.
Furto e roubo de veículos
Quando o veículo
chega nas mãos dos que são chamados de receptores, e que lhe
darão o destino, estabelecem-se diferenças na forma de organização
do modo e local onde será comercializado. Há os casos em que
o veículo não se destina á comercialização, sendo usado apenas
como meio para outro crime (assalto, sequestro) e logo depois
abandonado.
Quando o destino
é a venda do carro) inteiro no país. em feiras de automóveis
e revendedores, ha toda uma técnica própria de adulteração das
numerações ou características do veículo, e troca de placas.
Este trabalho é feito normalmente em oficinas mecânicas ou locais
ocultos.
Para obter os
dados necessários e a documentação nova dos veículos, as organizações
criminosas estabelecem ligações com funcionários de Detrans
ou Ciretrans obtendo lá os documentos em branco por corrupção
ou furto.
Roubo de cargas
Os assaltantes
constituem a ponta operacional e visível da organização criminosa.
As vezes a atividade é terceirizada, para estancar as informações
acerca da organização. Os assaltantes apenas entregam o caminhão
a terceiros, que irão então levá-lo ao deposito. desconhecido
pelos primeiros.
A cobertura da
operação assalto-sequestro, geralmente é feita por policiais
associados a organização, que em caso de perigo, tentarão dissimular
os colegas policiais ou dissuadi-los de agir.
A chefia da organização
comumente é exercida por alguém que possui empresa legal, associada
a rede de varejistas (supermercados, lojas de confecções, lojas
de calçados, farmácias, camelôs etc). Para dar a cobertura legal
há conivência de escritórios de contabilidade e de advocacia.
Outras forma de
crime organizado
O
jogo do bicho
A organização
do jogo do bicho, enraizada social e institucionalmente, pode
servir como alerta. O Estado, ao definir o jogo como ilegal,
criou o estímulo para organizações ilícitas. Ao defini-lo como
contravenção e não como crime, portanto um ilícito de menor
poder ofensivo e com a menor pena, facilitou o seu desenvolvimento.
Os banqueiros do bicho desenvolvem outras atividades de caráter
criminosos: corrompe sistematicamente as forças policiais; têm
ou teve representantes e influência nos três Poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário (Municipal, Estadual e Nacional).
Lavagem de dinheiro e fraudes
financeiras
A legislação
nacional estabeleceu, na Lei 9.613, de 1998, a pena de 3 a 6
anos de prisão para o crime chamado de ‘lavagem de dinheiro”
ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de crime.
São algumas pequenas instituições financeiras os principais
meios de lavagem de dinheiro, ocultando em formas legais os
capitais advindos do crime organizado. Mas, é nos paraísos fiscais
do exterior, que este crime está mais presente. Também a dificuldade
em quebrar sigilo bancário, facilita este tipo de crime, que
possui três estágios: O 1º é a colocação do dinheiro fora do
alcance das autoridades, depositando em instituições financeiras.
O 2º é a sua movimentação para contas “laranjas”. E, por último,
é o retorno do dinheiro sob “fachada legal” ao sistema financeiro.
Falsificação de remédios
A existência
desta forma de crime organizado adquiriu destaque no ano de
1998 como uma atividade criminosa de amplitude e de grande dano
social. Já foram identificarias 60 marcas de remédios falsificados,
produzidos com maquinaria própria em médias empresas, vendidos
a hospitais públicos - o que mostra a possível conivência de
agentes públicos, e são distribuídos em extensas redes de farmácias.
Contrabando
Uma parte da
multidão de sacoleiros que atravessam a Ponte da Amizade, que
liga o Brasil ao Paraguai, em Foz do Iguaçu, ali está como operária
do crime organizado. Eles organizam uma rede de varejistas,
corrompem agentes públicos, relacionam-se nos negócios com organizações
criminosas similares. A cocaína por sua vez, chega ao pais através
de contrabando em grande ou média escala em aviões, caminhões
e automóveis.
corrupção
A associação
sistemática para o crime, com violência real e ameaça, utilizando-se
de instituição pública, em associação com empresas privadas,
organizando várias pessoas para as empreitadas criminosas, com
divisão de trabalho e de lucros, com hierarquia para o crime,
são os principais componentes que aproximam estes crimes das
características do crime organizado.
Exemplo: Obras
superfaturadas.
Sonegação fiscal e crimes contra
a ordem econômica
As cifras dos
crimes tributários no Brasil são elevadíssimas: fala-se num
volume anual de 50 bilhões de dólares apenas em sonegação de
tributos federais, e em cerca de 3 bilhões de dólares anuais
de prejuízo ao INSS pelas fraudes. Acrescenta-se a alta sonegação
dos tributos estaduais, em especial do ICMS, base principal
da arrecadação estadual.
Espécies de quadrilha que podem
ter relação com o crime organizado
Não é o alto
grau de violência ou de indignação social causada pelo crime,
nem as armas de grande poder ofensivo, que caracterizam o crime
organizado.
Embora em alguma
de suas formas, ele possa vir relacionado a isso. Há casos de
crimes cometidos por associações criminosas, como o roubo a
banco, o sequestro, a chacina, que causam enorme comoção, mas
que são de regra cometidos por quadrilhas.
Roubos a bancos
Apesar de algumas
organizações criminosas que se dedicam ao roubo a bancos serem
compostas de muitas pessoas; usarem armamento pesado; cometerem
ações traumáticas e espetaculosas, seu modelo é de quadrilha
ou bando. São ladrões que se associam pala o crime, acostumados
ao emprego da violência. com mais liderança do que hierarquia.
mas sem diferenciada especialização.
Sequestro
Algumas organizações
criminosas, parecem bem-estruturadas, com local preparado para
cativeiro, informações precisas sobre a vitima, composição mista
de homens e mulheres, para dar fachada de normalidade ao cativeiro.
Generalizam-se recentemente os sequestros relâmpagos, feitos
para sacar dinheiro das vítimas nos caixas eletrônicos ou nos
bancos.
Grupo de extermínio
Os chamados “justiceiros’’
que agem nas periferias das grandes cidades guardam semelhanças
com os pistoleiros do Nordeste. Em geral atuam de maneira individual,
sem organização. Mas há um crescimento na última década de grupos
de matadores mistos de policiais e não-policiais que vendem
proteção a comerciantes, ou que alugam seus serviços a outros
interessados, aos chefes o narcotráfico, por exemplo.
Estes
conceitos e características foram extraídos da publicação:
O
Crime Organizado do Dep. Est. Elói Pietá - SP.
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