Gostoso
será palco da cidadania no RN
A ordem é Direitos Humanos para todos os
potiguares. Quem vai levantar esta bandeira é
a Caravana dos Direitos Humanos que vai começar
no dia 18 de junho, uma quarta-feira, no município
de São Miguel do Gostoso. A caravana terá
como tema a comemoração dos 60 anos
da Declaração dos Direitos Humanos,
completados no dia 10 de dezembro deste ano. O
objetivo é promover, proteger e reparar
os Direitos Humanos civis, políticos, econômicos,
sociais, culturais e ambientais para garantir
a cidadania plena. Em uma grande celebração,
a caravana pretende distribuir um exemplar do
livro para cada cidadão de São Miguel
do Gostoso, habitado por mais de 8 mil pessoas.
‘‘Queremos poder dizer que em pelo
menos um dos 5.560 municípios do Brasil
cada pessoa tem uma Declaração’’,
diz Pe.Fábio Santos, da Capela de São
Miguel do Arcanjo, em Gostoso.
A
distribuição da Declaração
é apenas uma parte de todo o processo.
A Caravana dos Direitos Humanos também
vai promover debates, eventos culturais e o Curso
de Agentes da Cidadania para falar dos direitos
humanos no âmbito local. Eles querem ‘‘difundir
um tipo de mentalidade’’, como disse
Roberto Monte, coordenador do Centro de Direitos
Humanos e Memória Popular (CDHMP). Aprender
a viver uma nova relação, que inclui
o outro com suas diferenças, seja mulher,
negro, criança, idoso, deficiente, índio,
faz parte dessa concepção que a
caravana pretende multiplicar. ‘‘É
como se fôssemos atacar uma cidade para
falar que isso existe. A gente vai fazer um agito
junto com o que já tem no local, vamos
falar de vida’’, disse Roberto Monte.
Gidália
Santana
ESPECIAL PARA O POTI
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Município
já tem antecedentes
A escolha do município se baseou na movimentação
que já existe em Gostoso. Além da
atuação de ONG’s no local,
Roberto Monte considerou o trabalho que Pe. Fábio
vinha desenvolvendo por lá há um
ano. ‘‘É importante ter um
lugar que reúna as condições
necessárias para realizar o evento. Nós
sabíamos que aquilo ali dava samba’’,
referindo-se ao trabalho do Pe.Fábio.
O
padre procura sempre, em sua atuação,
tratar dos direitos humanos na comunidade. ‘‘Nas
escolas eu trabalhei um pouco com os professores
e alunos. Nas quintas-feiras, na igreja, realizamos
o Curso Fé e Cidadania, com a Bíblia
e a Constituição nas mãos.
E todo domingo, na missa, o tema da cidadania
é abordado’’, explica Pe.Fábio.
Na igreja cabem cerca de 250 pessoas e, segundo
ele, em vários domingos pessoas ficam em
pé por causa da lotação acima
da capacidade da capela.
Outro
projeto da igreja para a comunidade é o
Espaço Tear de Cultura, Direitos Humanos
e Cidadania. A ação social realiza
oficinas de artes, como teatro de rua, criação
de textos jornalísticos, rodas de leitura,
música, dança e outras expressões
artísticas, para propiciar aos jovens o
protagonismo juvenil como atores sociais na comunidade.
Também são oferecidos cursos profissionalizantes
de informática, eletricista, bombeiro hidraúlico
e pedreiro.
Todas
essas ações fazem do Pe.Fábio
peça fundamental no quebra-cabeça
de peças variadas que é a caravana.
Entretanto, um quebra-cabeça não
é feito de uma peça isolada. Além
do CDHMP e da Capela de São Miguel do Arcanjo,
organizadoras do evento, outras entidades muito
importantes integram a configuração
final da caravana. Algumas delas são a
Prefeitura Municipal, Câmara Municipal,
pousadas, escolas, Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, ONG’s, entre outros órgãos
da sociedade civil organizada. O envolvimento
e empolgação das pessoas é
motivo de ânimo para o inquieto coordenador
do CDHMP que afirma que ‘‘o grande
lance disso tudo é a coisa não ter
dono’’.
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Comunidade
monta as atividades
Para se ter idéia de como o projeto é
efetivamente participativo, a reunião programada
para o dia 18 à tarde será com coordenadores
do evento e todas as outras entidades e pessoas
interessadas em traçar o plano de atividades,
ainda em aberto, que seguirá até
o dia 10 de dezembro. A única coisa que
se sabe da agenda, além do primeiro dia,
é que a caravana terá 3 fases. A
primeira que começa este mês no dia
18, outra que terá início em agosto,
na qual se pretende realizar registros com vídeo
e a última na semana de comemoração
dos 60 anos, a primeira de dezembro.
No
dia 10 de dezembro, o coordenador da CDHMP, Roberto
Monte, junto com outros líderes de Direitos
Humanos, estarão em Brasília, apresentando
os resultados desta caravana para grupos de todo
o país. Aliás, este é outro
fator que faz da caravana um evento relevante.
As conclusões e propostas nascidas dos
debates locais serão levadas para a conferência
estadual e depois para a federal, ampliando as
discussões para uma grande rede.
Dia
será repleto de ações de
cidadania
A programação da Caravana dos Direitos
Humanos para seu primeiro dia (18 de junho) é
intensa e preenche o dia inteiro. Para a manhã
está programado o Cortejo que partirá
do Pórtico da Cidade com o Teatro de Rua
e distribuição de exemplares da
Declaração Universal dos Direitos
Humanos até a chegada no Espaço
Tear. Lá será aberta uma Exposição
Fotográfica, com 30 fotos alusivas aos
trinta artigos da Declaração.
Logo
em seguida, será entregue o Kit Direitos
Humanos às bibliotecas do Tear e da Prefeitura
e será facultada a fala para os presentes.
O Kit contém a Constituição
Federal, Constituição Estadual,
programa nacional de direitos humanos, programa
estadual de direitos humanos, a declaração
universal da ONU e outros 50 itens de textos,
livros e cartilhas.
À
tarde está programada uma reunião
com os representante do poder público e
da sociedade civil organizada para construir uma
agenda de trabalho até o final do ano.
O planejamento também vai pensar em como
realizar o projeto ‘‘São Miguel
do Gostoso - Cidade Universal dos Direitos Humanos’’.
O período da noite será o momento
da Celebração Luminosa, nomeada
de “Via Sacra dos Direitos Humanos”.
Cada estação corresponderá
a um artigo da Declaração com uma
reflexão bíblica e de outras fontes.
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