Estatuto de Observador
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Timor-Leste -
Timor-Leste é um território com
cerca de 19.000 Km2 e cerca de 700.000 habitantes, que ocupa
metade de uma ilha situada entre a Malásia e a Melanésia,
500Km a norte da Austrália. A população de Timor-Leste é de
origem Malaia, Melanésia e Polinésia e, contrariamente ao que
acontece com as restantes ilhas do arquipélago indonésio, não
teve praticamente contacto com o Islão ou com o hinduísmo,
mantendo-se uma tradição animista associada à prática
generalizada do catolicismo, fruto da influência de Portugal
cuja língua ainda hoje é ali falada.
Os navegadores Portugueses
chegaram a Timor-Leste no século XVI, mas só nos finais do
século XIX a sua presença se tornou mais efectiva. Não
obstante a tendência geral para a desconolização verificada
após a II guerra mundial, o processo de descolonização de
Timor-Leste, tal como a das restantes colónias portuguesas,
apenas teria início após a revolução do dia 25 de Abril de
1974, que depôs o regime ditatorial em Portugal.
No entanto, este processo de
descolonização nunca viria a ser completado. A 7 de Dezembro
de 1975 a Indonésia invadiu militarmente o território que
ocupa ilegalmente desde essa altura, apesar da resistência que
lhe tem sido movida pela guerrilha timorense. No dia 31 de Maio
de 1976, as autoridades militares da Indonésia convocaram uma
"Assembleia do Povo" para a qual nomearam 28 delegados
timorenses que aprovaram uma resolução reclamando a
integração na Indonésia. A 17 de Julho, o Presidente Suharto
ratificou uma lei declarando Timor-Leste como a "27ª
província" da Indonésia.
As Nações Unidas nunca
reconheceram esta anexação pela Indonésia, continuando a
considerar Portugal como potência administrante e Timor-Leste
como território não-autónomo. O conselho de segurança
aprovou duas resoluções (em 1975 e 1976), em que exigiu a
todos os estados que "respeitassem a integridade de
Timor-Leste, assim como o direito inalienável do seu povo à
auto-determinação, de acordo com a resolução da Assembleia
Geral 1514". Também a assembleia geral da ONU aprovou, de
1975 a 1982, resoluções anuais sobre Timor-Leste. Em 1982, a
resolução 37/30 foi aprovada por 50 votos contra 46,
determinando que o Secretário-Geral desse início a consultas
com todas as partes directamente envolvidas, para solucionar o
caso. Na sequência desta resolução e sob os auspícios do
Secretário-Geral das Nações Unidas, têm vindo a manter
conversações, até agora inconclusivas, persistindo a
Indonésia em negar o exercício do direito a autodeterminação
dos timorenses.
Em 1991, o massacre do cemitério
de Santa Cruz, testemunhado por vários jornalistas estrangeiros
e cujas imagens foram amplamente divulgadas, desencadeou uma
reacção de repúdio generalizado por parte da opinião
pública internacional, chamando a atenção para as graves
violações dos direitos humanos que têm sistematicamente
ocorrido desde que a Indonésia invadiu o território e que
terão já causado, de forma directa ou indirecta, a morte a um
terço da população timorense.
Na última Cimeira da Praia,
Timor Leste adquiriu o estatuto de Observador convidado da CPLP. |