Grupo de
Pressão da Nova Zelândia
Exige Direitos Humanos para
Símios
30 de outubro de 1998
WELLINGTON, Oct 30
(Reuters) – Grandes símios podem logo receber alguns dos direitos
previamente reservados apenas para humanos, se um grupo de cientistas e
ativistas neozelandeses for bem-sucedido.
Eles
pediram ao parlamento neozelandês que desse o direito à vida aos
parentes mais próximos do homem – chimpanzés, bonobos (uma espécie
de símio pigmeu africano), gorilas e orangotangos.
O
projeto Great Ape da Nova Zelândia argumenta que os símios são
geneticamente muito próximos dos humanos e parte da mesma família
animal.
“Existe
agora uma montanha de evidências de que os grandes símios são tão
inteligentes quanto crianças humanas, e muito similares em seu
desenvolvimento emocional e cognitivo”, disse numa declaração,
Sexta-feira, o biólogo Davis Penny, da Universidade de Massey.
“Eles
possuem consciência de sua individualidade e teoria da mente
(theory-of-mind) importantíssimos que se pensava antigamente separavam
os humanos de todas as outras espécies”.
O
Projeto Great Ape está procurando conseguir para os primatas
neozelandeses proteção e direitos semelhantes aos que a Carta de
direitos do país dá aos humanos.
A
nova lei iria proibir matar “hominídios cativos”, e protegê-los-ia
de experimentos invasivos ou tortura, como parte de uma revisão da lei
neozelandesa sobre animais.
O
grupo acredita que a Nova Zelândia seria o primeiro país a dar tais
direitos, dizendo que a mudança pode ser aprovada já que a Nova
Zelândia tem cerca de três dúzias de grandes símios – em um circo
e três zoológicos.
A
Nova Zelândia não possui um forte lobby científico que use símios
para experimentos, disse o presidente Liz Watson.
Ela
espera que uma mudança na lei da Nova Zelândia tenha repercussão na
Europa e nos Estados Unidos, onde diz que existem milhares de grandes
símios mantidos em laboratórios de pesquisas, coleções particulares,
circos e zoológicos.
“Vários
países têm campanhas ativas por direitos humanos (hominid rights), mas
há resistência de interesses como os laboratórios de pesquisa”,
disse Watson.
O
grupo disse que sua proposta é apoiada pelo expert em comportamento dos
chimpanzés, Dr. Roger Fouts, do Chimpanzee Human Comunication Institute
na Universidade de Central Washington.
Fouts
faz campanha por direitos dos primatas e co-fundou, junto com a
cientista Jane Goodall, um abrigo para chimpanzés saídos da força
aérea americana.
Ano
passado ele escreveu um livro, “Next of Kin”, sobre um chimpanzé
chamado Booee a quem ele ensinou a Linguagem Americana de Sinais, mas
perdeu contato depois que o símio foi usado para pesquisas biomédicas
e contraiu Hepatite C.
Quando
o par foi reunido na frente de câmeras de televisão 13 anos depois,
Booee ainda reconheceu Fouts, e iniciou uma conversa em linguagem de
sinais.
Após
a transmissão do encontro na televisão americana, doações não
solicitadas do público permitiram que Booee e oito outros chimpanzés
fossem comprados e levados a um abrigo.
Outro
chimpanzé que aprendeu linguagem de sinais com Fouts passou seu
conhecimento para outros chimpanzés jovens, enquanto outro, ele diz,
gosta de beber Chablis e olhar TV.
Estudo
Sugere que os Macacos São Capazes de Pensar
24
de outubro de 1998
WASHINGTON
(Oct 24) – Um estudo de cientistas americanos demonstra que macacos
podem ser ensinados a contar pelo menos até o número nove, de acordo
com a última edição da revista Science.
Este
estudo desafio uma antiga opinião de muitos cientistas de que os
humanos são únicos em sua habilidade de compreender os conceitos de número,
ordem numérica e aritmética básica.
Elizabeth
Brannon e Herbert Terrace, dois psicólogos da Universidade de Colúmbia,
disseram que seu estudo demonstra que os macacos podem organizar coisas
em ordens seriais.
Seus
experimentos repetidos mostraram que, apertando painéis numa tela de
computador, os dois macacos, Rosencratz e McDuff, demonstraram que podem
tocar a ordem numérica correta e sérias contendo de um a nove objetos.
Especialistas
disseram que explorar como os animais raciocinam é importante porque
ajuda a explicar as habilidades a partir das quais a mente humana
evoluiu.
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