Militante se diz ameaçado de morte
O Observatório de Direitos Humanos (Human Rights
Watch), responsável pela denúncia que levou a Polícia Federal a
invadir o sítio onde existiria um cemitério clandestino em Natal,
enviou fax ontem para as redações dos jornais do Rio Grande do Norte
informando que o presidente do Centro de Direitos Humanos e Memória
Popular do Estado, Roberto Monte, fora ameaçado de morte pelo
policial civil aposentado Otávio Ernesto Menezes.
Otávio Ernesto é o dono do sítio onde o
Observatório dizia existir o cemitério clandestino de pessoas
assassinadas pela polícia civil do RN. O policial teve sua
propriedade invadida e revistada pela Polícia Federal. Mas durante a
revista foram encontrados apenas corpos de animais (cavalo, boi,
carneiro, porco).
Segundo o relatório do Observatório, enquanto o
sítio era revistado, Otávio Ernesto teria se irritado com a
presença de membros do Movimento de Direitos Humanos em sua
propriedade e dito que daria um tiro na cabeça do ativista Roberto
Monte, caso ele estivesse por trás da operação dos federais.
O documento do Observatório enviado aos jornais
diz que a ameaça foi comunicada à Polícia Federal que achou o caso
"preocupante, dado o histórico de Otávio Ernesto". A
ameaça informada também para a Secretaria Nacional de Direitos
Humanos, a Anistia Internacional e a outras instituições de defesa
dos direitos humanos no Brasil e no exterior. |