Balística incrimina
assassino de Gilson
A juíza de Macaíba,
Tálita Maranhão, recebeu ontem a denúncia oferecida pela comissão
de promotores contra o policial civil Otávio Ernesto, acusado de
matar o advogado Gilson Nogueira. A única prova usada no texto da
denúncia é o exame de balística que identifica a cápsula de uma
espingarda calibre 12, encontrada no local do crime, como deflagrada
pela Espingarda Remington série T619974V, de propriedade de Otávio
Ernesto.
A prova foi considerada
suficiente, pelos promotores, para concluirem, na denúncia, "que
o acusado praticou o tipo penal previsto no artigo 121 (...)
(homicídio qualificado por motivo torpe - vingança -, pela emboscada
e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima), do
Código Penal Brasileiro". A denúncia está assinada pelos
promotores Cibele Benevides, Henrique César Cavalcanti e Fernando
Batista de Vasconcelos.
O nome de Otávio
Ernesto foi incluído na denúncia como um dos três homens que
fizeram os disparos contra Gilson no dia 20 de outubro de 1996, mas
nenhuma das testemunhas o reconhece no inquérito policial instaurado
pela Polícia Federal. O policial civil acusado será ouvido no
próximo dia 9 de fevereiro no Fórum de Macaíba.
EntAE???S?re as testemunhas
arroladas para o processo está o diretor do Centro de Direitos
Humanos e Memória Popular, Roberto Monte e o advogado da
organização de direitos humanos, Human Rights Watch, James Cavallaro.
O promotor Henrique César afirmou que o exame de balística que
comprovou ser a arma de Otávio Ernesto é uma prova mais forte do que
os exames de DNA para comprovar a paternidade de alguém. "Este
exame é 100%. Prova existe de toda forma, seja com testemunha ocular,
seja com exames", mencionou
Os promotores, segundo
Henrique César, incluíram o nome de Otávio Ernesto como sendo um
dos homens que atiraram contra Gilson, em função da arma ser de
propriedade do policial civil. "Uma das testemunhas viu um homem
com uma arma de cano longo, apontando fora da janela e esta arma era a
de Otávio Ernesto", afirmou o promotor Henrique César.
De acordo com ele, se a
arma foi emprestada, o policial civil terá que provar que não foi
ele. Em seu depoimento no inquérito policial, Otávio Ernesto nega
que a arma tenha sido emprestada e admite ser de sua propriedade. |