Comitê
Estadual pela Verdade, Memória e
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Inicial | Anatália
de Souza Alves de Melo | Djalma
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Bezerra dos Santos | Gerardo
Magela Fernandes Torres da Costa | Hiran
de Lima Pereira | José
Silton Pinheiro | Lígia
Maria Salgado Nóbrega | Luís
Ignácio Maranhão Filho | Luís
Pinheiro | Virgílio
Gomes da Silva | Zoé
Lucas de Brito
HIRAN
DE LIMA PEREIRA
Hiran
de Lima Pereira
Livro "Dos
Filhos deste Solo"
Dados Pessoais
Nasceu em 03 de outubro de 1913 em
Caicó, Rio Grande do Norte, filho de Hilarino Amancio Pereira e Maria
Marieta de Lima Pereira, casado com Célia Pereira, pai de quatro
filhas.
Atividades
Militante e dirigente do Partido
Comunista Brasileiro (PCB). Em meados da década de 30, Hiran é detido
no Rio de Janeiro, quando servia ao Exército, permanecendo preso
durante um ano. Foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte em
1946. Em 1948 tem o seu mandato cassado, junto com toda a bancada
federal do PCB. No ano de 1949 é deslocado para RecifePE, onde se
destaca como redator do jornal Folha do Povo, periódico do PCB em
Pernambuco, ao mesmo tempo que desempenha a função de vogal na Junta
de Conciliação e Julgamento de Recife. Participa de todas as campanhas
políticas e eleitorais a nível local e nacional. Com a eleição de
Miguel Arraes para a Prefeitura de Recife, é nomeado secretário de
Administração do município, permanecendo na função nas
administrações que o sucederam. Na crise da renúncia de Jânio
Quadros, em agosto de 1961, é sequestrado por agentes do IV Exército,
ficando desaparecido por 10 dias, tendo sido levado para a Ilha de
Fernando de Noronha. Nesse ínterim, Hiran participa como ator da peça
"A Pena e a Lei", de autoria de Ariano Suassuna e direção de
Hermilo Borba Filho, cuja estréia foi no Teatro Popular do Nordeste
(TPN). Com o golpe militar em 1964, mergulha na clandestinidade,
inicialmente em Recife e a partir de 1966 no Rio de Janeiro. Sua
família , no entanto, sofre as consequências da onda repressiva que
devasta os movimentos e organizações populares, sendo detidos no IV
Exército, diversos membros da família de Hiran. Posteriormente foi
transferido para São Paulo, continuando a exercer missões partidárias
como jornalista e dirigente político, até 1975 quando desaparece,
imerso na penumbra do terror repressivo da ditadura militar.
Circunstâncias de Prisão e Morte
Segundo relato de Zódja Pereira, filha
de Hiran, que usava o nome de guerra de José Vanildo de Almeida, seu
último contato com a família aconteceu em janeiro de 1975. Hiran não
compareceu ao ponto de encontro com sua mulher em 13 de janeiro. Em 15
do mesmo mês, Célia Pereira foi presa por agentes do DOI-CODI do II
Exército, sendo torturada violentamente nas sinistras dependências
daquele órgão, na rua Tutéia, São Paulo. Durante seu
interrogatório, Célia percebeu que seu companheiro teria sido morto
sob torturas no mesmo período. Célia Pereira afirma também que
vislumbrou entre várias pessoas levadas para as sessões de
interrogatórios, um cidadão, encapuçado, com características
físicas semelhantes ao seu marido. Um mês depois, duas filhas de Hiran
Pereira, foram presas e interrogadas no DOI-CODI em São Paulo.
Documento do Ministério da Aeronáutica, contendo informações do
Centro de Informações da Aeronáutica (CISA ), dá conta da descoberta
de uma conta bancária no BRADESCO, em nome de José Vanildo de Almeida,
cujo saldo era Cr$ 10,85 (dez cruzeiros e oitenta e cinco centavos),
indicando que Hiran teria sido identificado pelos órgãos de
segurança.
SITUAÇÃO ATUAL
Apesar do esforço desenvolvido pela
família de Hiran ao longo dos anos, seu corpo não foi localizado. Com
a edição da Lei no.9140\95, a União reconheceu sua responsabilidade
pela morte e desaparecimento do corpo de Hiran Pereira, constando seu
nome da relação de 136 militantes políticos que acompanha o texto da
lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República.
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