LETRA
C –1
Comparativo
de Projetos de Policiamento comunitário no Brasil
TEXTO
DA TESE DO MAJ PM MIGUEL LIBORIO CAVALCANTI NETI]
CURSO
SUPERIOR DE POLICIA
POLICIA
MILITAR DE SÃO PAULO
7.3
Estudo Comparativo de Projetos de Policiamento Comunitário no
Brasil
7.3.1
Polícia Militar do Rio de Janeiro: Um Exemplo que Não Deu Certo
Segundo
CARVALHO[1],
o programa implementado em Copacabana por policiais do 19º
Batalhão de Polícia Militar, em 1993, apresentou dificuldades, que
culminaram na sua desativação:
1-
Acesso à Comunidade
Os
policiais militares conseguiram estabelecer contatos com porteiros,
comerciantes, seguranças e jornaleiros mas não com os moradores.
Assim, os policiais não puderam desenvolver trabalhos preventivos
nem difundir trabalhos educativos e informativos sobre segurança
nos espaços residenciais. Conseqüentemente houve pequena
visibilidade do programa e pouco apoio social.
A
flexibilização do horário de trabalho dos policiais - uma medida
necessária para facilitar o contato com os moradores - também não
ocorreu e o horário foi fixado entre oito e vinte horas.
2-
Relação com outros órgãos públicos
Na
experiência do Rio de Janeiro, os outros órgãos públicos não
colaboraram, seja por falta de recursos, seja por barreiras burocráticas
ou por disputas políticas. Assim, os esforços dos policiais para
estabelecer parcerias não vingaram e o campo da atuação policial
foi muito restrito.
3-
Dificuldades Internas
A
pesquisa identificou problemas dentro da instituição que
prejudicam não só o policiamento comunitário mas também outros
serviços da Polícia Militar. O principal deles é a excessiva
centralização.
A
descentralização é um princípio básico da polícia comunitária:
os policiais devem ter autonomia para, sob supervisão, identificar
e analisar os problemas, organizar a comunidade, planejar e
implementar soluções. Portanto, é um modelo de policiamento que
implica a “descentralização decisória, a autoridade e competência
do policial de ponta, a flexibilização do controle interno e a
diminuição das distâncias hierárquicas”.
Cabe
ressaltar que não se faz uma crítica ao caráter militar da
organização mas ao “excesso de militarismo” que impede o
trabalho interativo dos policiais com a comunidade e o melhor
desempenho da instituição. O controle interno muito rigoroso e a
subordinação de todos os segmentos a um controle central inibem a
iniciativa do policial de ponta, que tende a apenas receber ordens
para evitar problemas com seus superiores. Assim, justamente o
policial que está mais próximo da sociedade não tem estímulo
para desenvolver um trabalho mais independente, como o policiamento
comunitário, e não se sente responsável pelos resultados do serviço
policial.
Os
outros problemas identificados no programa de policiamento comunitário
do Rio de Janeiro são:
-
Treinamento precário dos
policiais de ponta: houve pouco investimento na qualificação e
reciclagem dos policiais de ponta. É preciso formar os agentes
comunitários para lidar com a burocracia de outros serviços públicos;
-
Supervisão e planejamento
incipientes: havia poucos agentes (2 sargentos) responsáveis
pela supervisão direta de 52 policiais de ponta. E a supervisão se
limitou à reuniões de instrução e a breves debates sobre os
problemas do bairro. Não houve análise dos problemas localizados
nos bairros, que seria uma trabalho conjunto dos policiais de ponta
com os oficiais;
-
Ausência de critérios próprios
de avaliação de desempenho: não foram produzidos relatórios
sobre o trabalho realizado e portanto não havia como avaliar as
atividades de
policiamento comunitário;
-
Predomínio da cultura
policial tradicional: além de todas as dificuldades descritas,
o trabalho comunitário foi desprezado por policiais de outras
companhias. Portanto, não havia uma cultura favorável ao
policiamento comunitário difundida na corporação. Ao contrário,
a cultura dominante defende as formas tradicionais de policiamento e
se colocava contra a polícia comunitária.
7.3.2
Exemplos de Policiamentos Comunitários que Deram Certo: Uberlândia,
Guaçuí e Ribeirão Preto
Devido a importância
do trabalho e com a finalidade de identificar os principais aspectos
que contribuem para o aprimoramento e a Implantação de um programa
de policiamento comunitário, em 1995, PEDROSO
FILHO[2]
procedeu a uma pesquisa de campo, utilizando-se do instrumento
questionário, objetivando consultar policiais militares comunitários
e não comunitários, civis, pessoas presas e soldados de 2ª classe[3].
Assim argumenta:
A
pesquisa buscou avaliar se os serviços da Polícia Militar
melhoraram ou pioraram, verificar qual o motivo do aumento da
gravidade do crime e também identificar qual perfil de policiamento
é mais eficaz no combate à criminalidade.
Na
pesquisa voltada aos policiais militares, objetivou-se verificar
como eles interpretaram as discussões entre polícia e comunidade,
para decisão em parceria, bem como quais fatores estão
influenciando seus serviços. Foram também pesquisados alguns
presos, objetivando verificar em quais das situações é mais fácil
a prática de delito.
Visando
à verificação do grau de interesse em decidir em parceria com a
comunidade, foram entrevistados alunos da Escola de Formação de
Soldados do Município de Jardinópolis-SP, tendo como instrutores,
além de outros, oficiais e praças que trabalham no policiamento
comunitário da Cidade de Ribeirão Preto-SP. A pesquisa foi
realizada com 275 alunos, quando faltavam 10 dias para o término do
curso.
Para
atingir esses objetivos, os públicos foram divididos em internos e
externos, com universos distintos, sendo eles nas cidades de Uberlândia-MG,
Riberão Preto-SP e Guaçuí-ES. Na Cidade de Jardinópolis
foram pesquisados Soldados de 2ª Classe em fase de conclusão de
curso.
Foram
pesquisados:
1. Comunidade:
a)
Uberlândia-MG: 76 moradores nas proximidades dos pontos de
policiamento ostensivo, de um universo de aproximadamente 2.300
habitantes;
b)
Riberão Preto-SP: 300 civis residentes no bairro Monte
Alegre, de aproximadamente 9.000 habitantes; e
c)
Guaçuí-ES: 89 civis residentes no bairro São Miguel, de
aproximadamente 2.500 habitantes.
2. Presos:
a)
Uberlândia-MG: 50 presos;
b)
Ribeirão Preto-SP: 20 presos; e
c)
Guaçui-ES: 19 presos.
3. Policiais Militares Comunitários:
a)
Uberlândia-MG: 25, de um universo de 51;
b)
Riberão Preto-SP: 119, de um universo de 194;
c)
Guaçuí-ES: 20, de um universo de 35.
4. Policiais Militares Tradicionais (não
comunitários):
a)
Uberlândia-MG: 25 PM.
b)
Ribeirão Preto-SP: 65 PM de um universo de 313; e
c)
Guaçuí - ES: 18 PM .
5. Soldados de 2ª Classe:
a)
Jardinópolis-SP: 100% dos alunos, a 10 dias da formatura.
7.3.3
Pesquisa nº 1 – Policiamento Comunitário e a Comunidade[4]
Esta questão
objetivou verificar, junto à comunidade, se a implantação do policiamento
comunitário melhorou ou piorou os serviços de prevenção
executados pela Polícia Militar.
Questão
Nº1 - Com a implantação da polícia comunitária em seu complexo,
você entende que:
a)
o serviço da PM piorou;
b)
o índice de crimes graves aumentou;
c)
o PM conversa mais, mas deixou de abordar os marginais;
d)
o serviço da PM melhorou;
e)
o índice de crimes graves diminuiu;
f)
o PM conversa com os bons cidadãos, abordando somente os
marginais;
Para
a tabulação, foram agrupados os itens a), b) e c) como fatores
negativos e os itens d), e) e f) como fatores positivos.
Gráfico 10 – Policiamento Comunitário e
Comunidade - Uberlândia (MG)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico 11- Policiamento Comunitário
e Comunidade Ribeirão Preto (SP)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico 12 - Policiamento Comunitário
e Comunidade Guaçuí (ES)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Os
aspectos negativos variaram de 7% a 28%, enquanto que os aspectos
positivos variaram de 72% a 93%, com destaque especial nas três
cidades que consideraram que os serviços da PM melhoraram.
7.3.4
Pesquisa nº 2 – Comunidade e Criminalidade[5]
Esta
pesquisa objetivou saber a opinião da comunidade sobre os motivos
do aumento da gravidade no crime e se a nova estratégia
organizacional de polícia comunitária.
Questão
Nº1 - Na sua opinião, qual o motivo do aumento da gravidade do
crime?
a)
fator social.
b)
falta de vagas nas cadeias e casas de contenção.
c)
falta de educação.
d)
entorpecentes.
e)
falta de ação da Polícia Militar.
f)
falta de ação da Polícia Civil.
g)
falta de ação do Judiciário.
h)
falta de programas de reintegração para menores infratores.
Gráfico 13 - Comunidade e Criminalidade
Uberlândia (MG)
Fonte: Monografia
– CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Gráfico
14- Comunidade e Criminalidade Ribeirão Preto (SP)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico
15- Comunidade e Criminalidade Guaçuí (ES)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
As
comunidades pesquisadas apontaram que o aumento do crime se deve a
fatores sociais, falta de programas de reintegração de menores
infratores, entre outros. A falta de ação da PM recebeu os mais
baixos índices das oito hipóteses possíveis, ficando o destaque
para a cidade de Uberlândia-MG, onde nenhum pesquisado apontou a PM
como a responsável pela situação.
7.3.5
Pesquisa nº 3 – Eficácia Policial [6]
Objetivou
verificar a ótica da comunidade sobre a eficácia do policial
comunitário no combate à criminalidade (repressão).
Nº3
Na sua opinião, qual PM é mais eficaz no combate à criminalidade?
a)
um PM desconhecido dos moradores do bairro.
b)
um PM integrado com os moradores do bairro.
O
policial militar conhecido da comunidade foi o escolhido como sendo
o mais eficaz no combate à criminalidade, nas cidades de Uberlândia
(74%) e Riberão Preto (64%), cidades com aproximadamente 500.000
habitantes.
Gráfico 16- Eficácia Policial Uberlândia
(MG)
Fonte: Monografia
– CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Gráfico 17- Eficácia Policial Ribeirão
Preto (SP)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico
18 - Eficácia Policial Guaçuí (ES)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso Filho
Conclusões
de PEDROSO FILHO[7]:
Sabendo-se
que a polícia comunitária é eficaz no combate aos pequenos
delitos, conclui-se que essa filosofia de emprego operacional é o
ideal, pois atua diretamente contra aquilo que realmente atemoriza a
população das grandes cidades, que é a quantidade de pequenos
delitos constantes e não os de grande vulto.
Na
cidade de Guaçuí-ES, com aproximadamente 25.000 habitantes, a
pesquisa apontou (72%) o policial militar desconhecido da comunidade
como o mais eficaz no combate ao crime. Provavelmente porque, na
cidade, por ser pequena, todos se conhecem (inclusive os
malfeitores), considerando difícil uma atuação mais repressiva
da polícia contra essas pessoas.
7.3.6
Pesquisa nº 4 – O Criminoso e o Policiamento Comunitário
PEDROSO[8]
argumenta
Por
entender que esta pergunta seria de grande subjetividade se
respondida pela comunidade ou pelos policiais, buscou-se a resposta
daqueles que estão diretamente, no dia-a-dia, envolvidos com a
criminalidade, visando à obtenção do máximo da realidade.
Questão
Nº4 - Onde é mais fácil agir (praticar delitos)?
a)
onde
o PM participa da comunidade.
b)
onde
não há participação do PM na comunidade.
Gráfico
19 - Local Para Cometer o Delito - Uberlândia (MG)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico
20 - Local Para Cometer o Delito -
Ribeirão Preto (SP)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico
21 - Local Para Cometer o Delito – Guaçuí (ES)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso Filho
A
pesquisa realizada com 89 presos apontou que é mais fácil agir
(praticar delitos) onde não há participação da comunidade no
serviço policial, variando de 74% a 98%.
7.3.7
Pesquisa nº 5 - Policiais Comunitários
Teve
por objetivo avaliar como os policiais militares comunitários
aceitam discutir ou não os assuntos de interesse da PM com a
comunidade nas cidades de Uberlândia-MG, Riberão Preto-SP e Guaçuí-ES,
bem como quais fatores estão influenciando seus serviços.
Questão
Nº1 - Na sua opinião qual sistema é melhor para a prestação de
serviços?
a)
aquele em que a PM toma a decisão do que fazer, sem importar
o que pensa a comunidade?
b)
aquele em que a PM discute com a comunidade e decide em
parceria?
Gráfico
22 - Policiais Comunitários Uberlândia (MG)
[1]
Op.Cit.p.54.
[2]
PEDROSO FILHO, Otávio
Ferreira. Polícia
Comunitária.. SP:
PMESP, CAO-II/95, p.76-119.
[3]
Alunos do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do
Estado de São Paulo.
[4]
Ibid.
[5]
Ibid.
[6]
Ibid.
[7]
Op. Cit.p.76-119.
[8]
Ibid.
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Gráfico
23 - Policiais Comunitários - Ribeirão Preto- (SP)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Gráfico
24 – Policiais Comunitários - Guaçuí (ES)
Fonte: Monografia – CAO-II/95 – Major PM
Otávio Ferreira Pedroso Filho
Questão
Nº2 - Quais fatores estariam influenciando nas ações dos PM
comunitários?
a)
falta de meios.
b)
autoritarismo do superior.
c)
imprevisibilidade de escalas.
d)
regime de serviço.
e)
falta de divulgação do sistema comunitário.
f)
outros.
Quadro
6 – Fatores Influenciadores – Policiamento
Comunitário
INFLUENCIADORES
|
UBERLÂNDIA
20
PMC |
RIBERÃO
PRETO
119
PMC |
|
Falta
de meios |
28,57% |
26% |
31,25% |
Imprevisibilidade
de escalas |
28,57% |
20,6% |
|
Autoritarismo
superior |
8,57% |
15,2% |
|
Falta
de divulgação |
17,14% |
11,49% |
18,75% |
Regime
de serviço |
8,57% |
9,46% |
12,5% |
Outros
|
8,58% |
17,25% |
12,5% |
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
De
uma maneira geral, todas as cidades pesquisadas sofrem influências
da falta de meios, imprevisibilidade de escalas, falta de
divulgação, autoritarismo do superior, entre outros.
7.3.8
Pesquisa nº 6 - Policiais do Sistema Tradicional
Teve por
objetivo avaliar os policiais militares que não trabalham
na nova filosofia de policiamento comunitário.
Questão
nº1 - Na
sua opinião qual sistema é melhor para a prestação de serviços?
a)
aquele
em que a PM toma a decisão do que fazer, sem importar o que
pensa a comunidade?
b)
aquele
em que a PM discute com a comunidade e decide em parceria?
Gráfico
25 – Policiais do Sistema Tradicional – Uberlândia (MG)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Gráfico
26 – Policiais do Sistema Tradicional - Ribeirão Preto (SP)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
span style="mso-bidi-font-size: 10.0pt">Gráfico
27 – Policiais do Sistema Tradicional – Guaçuí (ES)
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Na
opinião dos policiais militares que trabalham no sistema
tradicional, a variação foi de 62 a 74% que a decisão deve
ser tomada em parceria com a comunidade, pouco diferenciando da
visão do policial comunitário.
Questão
nº2 - Quais
fatores estariam influenciando nas ações dos PM que trabalham
no sistema tradicional?
a)
falta
de meios.
b)
autoritarismo
do superior.
c)
imprevisibilidade
de escalas.
d)
regime
de serviço.
e)
falta
de divulgação do sistema comunitário.
f)
outros.
De
uma maneira geral, as respostas dos PM do sistema tradicional não
diferenciam dos dados levantados juntos ao policial comunitário.
Quadro
7 – Opinião dos
Policiais do Sistema Tradicional
INFLUENCIADORES
|
UBERLÂNDIA
25
PM
|
RIBERÃO
PRETO
65
PM
|
GUAÇUÍ
18
PM
|
Falta
de meios
|
24%
|
29%
|
43%
|
Imprevisibilidade
de escalas
|
14%
|
18%
|
21%
|
Autoritarismo
superior
|
14%
|
12%
|
21%
|
Falta
de divulgação
|
14%
|
11%
|
3%
|
Regime
de serviço
|
4%
|
17%
|
6%
|
Outros
|
20%
|
13%
|
6%
|
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
7.3.9
Pesquisa nº 7 - Escola de Formação de Soldados
Questão
nº1 - Na sua opinião, qual sistema é melhor para a prestação
de serviços?
a)
aquele em que a PM toma a decisão do que fazer, sem
importar o que pensa a comunidade?
b)
aquele em que a PM discute com a comunidade e decide em
parceria?
Gráfico
28 – O que é Melhor Para Trabalhar
Fonte: Monografia – CAO-II/95
– Major PM Otávio Ferreira Pedroso Filho
Nota-se que 12% dos pesquisados
opinaram que a PM deve decidir sem se importar
com o que pensa a comunidade, o que demonstra
que esta parcela não está perfeitamente
integrada no que seja a nova filosofia e
estratégia organizacional (pode estar havendo
falha no sistema de formação). Mesmo assim,
demonstra que a população dos futuros soldados
de Jardinópolis está mais bem preparada
para a atuação junto à comunidade em relação
aos PM comunitários e tradicionais das três
cidades pesquisadas.
7.3.10
Questionário para instrutores de policiamento comunitário[2]
O
objetivo era verificar se a instrução ministrada hoje é
efetivamente a mais adequada à formação do policial militar
comunitário.
Questão
nº1 - O programa de polícia comunitária desenvolvido no curso
de formação de soldados é suficiente?
Gráfico
29 – Adequação do Programa na Educação do Soldado PM
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Na
opinião dos instrutores, o conteúdo programático foi
considerado suficiente para 54% dos entrevistados; 46% dos
pesquisados entendem que não, havendo, como se pode observar,
pequena dissonância entre os grupos, o que sugere que deva ser
feita alguma alteração.
Questão
nº 2 - O programa poderia ser melhorado ou aperfeiçoado,
permitindo ao instruendo melhor aprendizado e maior conscientização?
Gráfico
30 – Condições de Aperfeiçoamento do Programa Educacional
Fonte:
Monografia – CAO-II/95 – Major PM Otávio Ferreira Pedroso
Filho
Obteve-se,
na presente questão, maioria quase que absoluta, vez que 90%
dos instrutores consultados afirmaram que o conteúdo programático
do curso de formação de soldados poderá ser melhorado ou
aperfeiçoado, de modo a oferecer melhores e maiores informações
para que o policial militar desenvolva seu trabalho de forma
adequada àquilo que se pretende alcançar.
7.3.11
Conclusões das Pesquisas
As
pesquisas desenvolvidas foram bastantes significativas e
indicaram como diferentes contextos podem influenciar positiva
ou negativamente para o sucesso de um programa de policiamento
comunitário.
Observa-se
que o policiamento comunitário, comparado ao modelo
tradicional, leva nítida vantagem, tanto na opinião dos
moradores onde existe tal estratégia organizacional, bem como
por parte dos policiais militares. Apesar de ter boa aceitação,
demonstrou que grande parcela dos policiais militares precisa
ser melhor educada para a nova missão, reconhecida esta
necessidade até pelos próprios instrutores de policiais
comunitários.
A
comunidade também mostrou ter muita aceitabilidade de um
policiamento mais próximo. Mas essa atividade aproximada deve
estar vinculada a ação de atender, orientar e resolver
problema da comunidade, e não uma simples atividade de relações
públicas.
[1]
PMC = Policiais
Militares Comunitários.
[2]CARDOSO,
Alexandre C. Desenvolvimento
da Polícia Comunitária. SP: PMESP, CSP-II/92,
Monografia. p. 57.
|