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Tecido Social
Correio Eletrônico da Rede Estadual de Direitos Humanos - RN

N. 035 – 16/04/04

OLHAR SOBRE A CIDADE

A violência cresce espantosamente em Macaíba

Por Rômulo Estânrley*

Em Macaíba, na área metropolitana da Grande Natal, a violência está aumentando assustadoramente. Certos problemas, que antes eram apenas da capital, transbordaram para o município. São poucas as entidades na cidade que atuam no combate às desigualdades sociais.

O município já foi palco de dois assassinatos bárbaros: os do advogado Gilson Nogueira de Carvalho (1996) e do decorador Antônio "Carla" Lopes (1999), pelas atividades de investigação contra um grupo de extermínio que agiu em Natal na década de Noventa. Além disso, segundo informações, Macaíba serve de receptação de drogas para outras cidades.

A Justiça tarda tanto e muitas vezes nem chega. O resultado é a impunidade, que dá aos piores bandidos o salvo-conduto para continuar a praticar homicídios, roubos, seqüestros e estupros. Os criminosos procuram a todo custo livrarem-se dos flagrantes, bem como intimidar as testemunhas.

O crescimento da violência contra a mulher é outro fator que vem preocupando a sociedade macaibense. As ocorrências de espancamento de mulheres está se tornando rotina na Delegacia. A maioria das vítimas de espancamento, por medo ou vergonha, prefere ficar calada, omite seus dramas e não denuncia os maridos. Mas também existem aquelas que se cansam de sofrer e tomam decisões que podem dar outro rumo às suas vidas.

Nas últimas décadas, além das agressões físicas, se registraram muitos assassinatos na cidade. O que mais chocou a população do município foi o da professora Marliete Freire de Macedo, assassinada em 20 de janeiro de 1999 pelo seu companheiro. O marido não deu nenhuma chance de defesa à vítima, que foi degolada enquanto dormia. Mais recentemente, a dona de casa Flávia Santos de Oliveira, de 25 anos, foi baleada pelo seu marido, Aguinaldo Canela dos Santos, de 37. Morreu quase um mês depois, em 12 de setembro de 2001.

A própria toponímia de um dos bairros de Macaíba faz referência a violência desenfreada contra a mulher. O Campo da Santa Cruz, segundo os moradores daquele bairro, tem essa denominação porque um marido matou sua esposa e enterrou seu corpo nas proximidades de um campo de futebol. Quando o crime foi descoberto, os familiares da vítima colocaram uma cruz no local em que a vítima foi enterrada. Daí, surgiu o nome Campo da Santa Cruz.

*Professor do ensino fundamental em Macaíba

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