OLHAR
SOBRE A CIDADE
A violência
cresce espantosamente em Macaíba
Por
Rômulo Estânrley*
Em Macaíba, na área metropolitana da Grande Natal, a
violência está aumentando assustadoramente. Certos problemas,
que antes eram apenas da capital, transbordaram para o município.
São poucas as entidades na cidade que atuam no combate às
desigualdades sociais.
O município já foi palco de dois assassinatos bárbaros:
os do advogado Gilson Nogueira de Carvalho (1996) e do decorador
Antônio "Carla" Lopes (1999), pelas atividades de
investigação contra um grupo de extermínio que agiu em Natal
na década de Noventa. Além disso, segundo informações, Macaíba
serve de receptação de drogas para outras cidades.
A
Justiça tarda tanto e muitas vezes nem chega. O resultado
é a impunidade, que dá aos piores bandidos o salvo-conduto
para continuar a praticar homicídios, roubos, seqüestros e
estupros. Os criminosos procuram a todo custo livrarem-se
dos flagrantes, bem como intimidar as testemunhas.
O
crescimento da violência contra a mulher é outro fator que
vem preocupando a sociedade macaibense. As
ocorrências de espancamento de mulheres está se tornando
rotina na Delegacia. A maioria das vítimas de espancamento,
por medo ou vergonha, prefere ficar calada, omite seus dramas
e não denuncia os maridos. Mas também existem aquelas que
se cansam de sofrer e tomam decisões que podem dar outro rumo
às suas vidas.
Nas
últimas décadas, além das agressões físicas, se registraram
muitos assassinatos na cidade. O que mais chocou a população
do município foi o da professora Marliete Freire de Macedo,
assassinada em 20 de janeiro de 1999 pelo seu companheiro.
O marido não deu nenhuma chance de defesa à vítima, que foi
degolada enquanto dormia. Mais recentemente, a dona de casa
Flávia Santos de Oliveira, de 25 anos, foi baleada pelo seu
marido, Aguinaldo Canela dos Santos, de 37. Morreu quase um
mês depois, em 12 de setembro de 2001.
A
própria toponímia de um dos bairros de Macaíba faz referência
a violência desenfreada contra a mulher. O Campo da Santa
Cruz, segundo os moradores daquele bairro, tem essa denominação
porque um marido matou sua esposa e enterrou seu corpo nas
proximidades de um campo de futebol. Quando o crime foi descoberto,
os familiares da vítima colocaram uma cruz no local em que
a vítima foi enterrada. Daí, surgiu
o nome Campo da Santa Cruz.
*Professor
do ensino fundamental em Macaíba
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