O CD-ROM Ligas Camponesas
em Terras Potiguares é o primeiro de uma série sobre memória
das lutas populares que será produzida pela Rede Estadual
de Direitos Humanos - RN
O
CD-ROM Ligas Camponesas em Terras Potiguares, produzido
pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP)
em parceria com a Associação Norte-RioGrandense
de Anistiados Políticos (ANRAP) e que será lançado em Natal neste
sábado, 28 de agosto, durante um evento sobre 25 anos da
promulgação da Lei de Anistia Política, representa o início
de uma série de produções multimídia da Rede Estadual de
Direitos Humanos - RN (REDH-RN) intitulada Coleção Memória das Lutas Populares, cujo
objetivo é o resgate e a preservação da memória histórica
do povo potiguar.
Outros
CD-ROM estão sendo produzidos através de várias parcerias.
O segundo título reconstruirá a história do jornal
A Liberdade, único órgão de
informação do governo revolucionário provisório que se instalou
em Natal durante a insurreição comunista de 1935, a primeira
deste gênero na América Latina, que durou apenas quatro
dias e foi violentamente reprimida pelo governo de
Getúlio Vargas. O CD-ROM conterá um longo depoimento do
gráfico cearense Francisco Meneleu dos Santos, último sobrevivente
do levante de 1935 e editor do jornal. Também recontruirá,
com riqueza de documentos, a biografia
do jornalista e poeta Otoniel Menezes, principal redator
de A Liberdade e autor da imortal Praieira, canção que se tornou hino não
oficial da cidade de Natal.
Um
terceiro título também está em preparação: a reconstrução
da trajetória humana e política de Bento Ventura, histórico
militante social potiguar, torturado e perseguido pela ditadura
militar instaurada após o golpe de 1964.
Além
dos mencionados, outros títulos estão sendo pensados, especialmente
um sobre a histórica campanha de alfabetização De
Pé No Chão Também se Aprende a Ler, começada
em 1961 pelo então prefeito de Natal, Djalma Maranhão,
e interrompida em 1964 pela dituadura militar. Com
escolas de palha que não agrediam o meio ambiente nem a
cultura local e regras flexíveis que permitiam a alunos
descalços assistir às aulas, a campanha conseguiu matricular
17.000 alunos em três anos, dando a milhares de crianças
pobres - excluídas dos estabelecimentos de ensino tradicionais -
acesso à educação.
A
Coleção Memória das Lutas Populares é uma
das inciativas que a Rede Estadual de Direitos Humanos do
Rio Grande do Norte está empreendendo para resgatar a memória
histórica da sociedade potiguar, especialmente a dos que
não têm voz: os vencidos, os esquecidos pela história oficial,
os excluídos.
Nesta
mesma perspectiva se insere a Rede
RN de Direitos Humanos, grande central multimídia
que estará no ar a partir de 10 de dezembro deste
ano no endereço www.dhnet.org.br/redebrasil/rn e conterá toda a informação sobre
acesso aos direitos e memória histórica dos municípios atingidos
pelas Caravanas de Direitos Humanos em 2004, e cujo objetivo
de médio prazo é atingir todos os 167 municípios do
Estado.
Também
faz parte da estratégia da REDH-RN de preservação da
memória histórica a organização de Caravanas de Direitos
Humanos e Cultura Popular a serem realizadas em municípios
do Rio Grande do Norte em 2005, cujo objetivo será resgatar
fatos e personagens históricos esquecidos pela história
e a cultura oficial mas vivos
na memória das comunidades.
O
CD-ROM Ligas Camponesas em Terras Potiguares, que
inicia a Coleção Memória
das Lutas Populares, analisa a breve
mas fecunda experiência no Rio Grande do Norte do
primeiro movimento organizado de trabalhadores rurais da
história do país através dos depoimentos de Mery Medeiros,
ex-Presidente das Ligas Camponesas no Estado, e Floriano
Bezerra de Araújo, ex-Deputado Estadual e histórico militante
social norte-riograndense.
O
CD-ROM será lançado no sábado 28 de agosto, às 10:00 da
manhã, no Auditório do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios,
Telégrafos e Similares do Estado do Rio Grande do Norte
(cuja sigla é SINTECT/RN, não SINTEC/TN como informado devido
a um erro em passadas edições deste informativo), na
Rua Esplanada Silva Jardim, 76, no bairro da Ribeira.
Redação
de Tecido Social