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Memória das Lutas Populares no RN DJALMA
MARANHÃO – DEMOCRACIA, EDUCAÇÃO E CULTURA
POPULAR Tratamos aqui, não apenas da elaboração de um samba-enredo de Escola de Samba, pura e simplesmente, o que já seria algo de muito valor e significado social e artístico-cultural, mas, com esse enredo, a Escola de Samba Balanço do Morro busca muito mais que isto, ou seja: pretende avivar a memória do povo natalense, iluminar a trajetória e reverenciar a figura do Prefeito Djalma Maranhão, demonstrando a sua importância, a sua honradez e coragem, e os seus feitos à frente da Prefeitura do Natal, num período histórico desafiante e conturbado no Brasil, a exigir posicionamentos firmes, espírito público, capacidade de articulação e reconhecida liderança, democrática e solidária, elementos esses que compõem o perfil de Djalma Maranhão, prefeito de Natal nos anos iniciais de 1960, cassado e exilado no Uruguai, onde morreu de saudades da sua cidade e do povo natalense que tanto amava e ao qual não se cansava de enaltecer. Assim, com esse enredo: “Djalma Maranhão....”, a Escola de Samba Balanço do Morro, atualmente ostentando o honroso titulo de tri-campeã do Carnaval de Natal, envereda-se pelos caminhos dessa construção maravilhosa, mergulhando no imaginário da cidade e na trajetória política, administrativa e cultural de seu herói, e, com isso, busca um significativo ganho de qualidade, ao posicionar-se na vanguarda da carnavalização, pretendendo revelar, por inteiro, na avenida, os muitos feitos desse que foi o prefeito quase perfeito - do qual Natal jamais esquecerá. Por tudo isso, a nossa Escola de Samba Balanço do Morro vai revelar os traços da identificação de um patrimônio histórico, artístico e sociocultural, material e imaterial, ao trazer à público em suas alegorias, no seu samba-enredo, cânticos e cantos do mangue, na evolução de sua bateria, no seu estandarte, na ginga dos seus brincantes e na beleza das suas passistas, corpos e almas tomados pela magia do samba, reverenciando feitos e realizações sobreviventes na memória dos que as vivenciaram e as repassam com admiração e alegria, os quais, para nós, revestem-se de significativo valor histórico e cultural. Para ilustrar tudo isso, citamos e justificamos, resumidamente, alguns pontos merecedores de destaque, dentre as muitas realizações do homenageado, Prefeito Djalma Maranhão, e sua equipe: -> Campanha de pé no chão também se aprende a ler - Essa ‘Campanha’ é um fato histórico, educacional e sociocultural hoje reconhecido nacionalmente e internacionalmente, devido aos expressivos resultados alcançados na área da educação e da cultura popular nos primeiros anos da década de 1960 na cidade do Natal. Por si só, pela sua grande dimensão e importância no cenário da história da educação popular brasileira, é merecedora de destaque e efusivas aclamações; -> Panorama educacional, artístico e cultural natalense - Essa demonstração nos permitirá traçar um panorama das praticas artísticas e culturais populares (além das experiências eruditas e vanguardistas). O seu amplo conhecimento, permitirá à Balanço do Morro traçar um panorama e montar cenários da interconexão das praticas culturais populares (além das experiências eruditas e vanguardistas), considerando-se as participações de intelectuais e artistas potiguares de todos os matizes, à época comprometidos com os propósitos da ‘Campanha de Pé no chão também se aprende a ler’, sensibilizados e mobilizados em função da educação, da valorização da cultura e da formação artístico-cultural da população, ensejando oportunidade única oferecida nesta ‘Campanha’. É o caso, por exemplo, das fortes presenças de Luís da Câmara Cascudo, do artista plástico, cronista e poeta Newton Navarro, e do educador e pensador Moacir de Goés, figuras expressivas do mundo social e cultural natalense, alçados pelo então Prefeito de Natal, Djalma Maranhão, respectivamente, às condições de Historiador da Cidade (Câmara Cascudo) e de Poeta da Cidade (Navarro), e de articulador dos projetos educacionais e socioculturais (Moacir de Goés), como também do Frei Marcelino de Santana (autor e encenador do primeiro Auto da Cidade do Natal), além de inúmeros outros artistas, intelectuais e educadores, inclusive com a participação, em alguns momentos, de escritores e intelectuais de expressão nacional, que por aqui passaram ou contribuíram de alguma forma com a administração de Djalma Maranhão à frente da Prefeitura do Natal, como Jorge Amado, Eneida Morais, José Condé, Ênio Silveira, Dinah Silveira de Queiroz, Waldemar Cavalcanti, Milton Pedroza, Ariano Suassuna, Ascenço Ferreira, Mauro Motta, Marli Motta, Waldemar de Oliveira; do teatrólogo Isaac Gondim Filho, do maestro Garibaldi Romano, e vários outros, como Aparício Torelli – o Barão de Itararé – antigo diretor do jornal humorístico ‘A Manhã’, no RJ. Destacamos também as participações e o papel dos movimentos, grupos folclóricos e dos mestres da cultura popular, como foi o caso das participações do Mestre Cornélio Campina (da ARARUNAS – Sociedade de Danças Antigas e Semidesaparecidas); Caldas Moreira (Pastoris, arraiás folclóricos e folguedos populares); Antonio Melé e Lucarino Roberto (Escolas de Samba Malandros do Samba e Balanço do Morro, respectivamente); Mestre Calixto (Côco de Roda); Mestre Guedes (Bambelô Asa Branca); do Compositor Dozinho e do sanfoneiro Zé Menininho; do Mestre artesão e escultor Chico Santeiro; Joaquim Vitor de Holanda (da Federação Carnavalesca); Cacique Bum-bum, da Taba dos Índios Guaranis. E das grandes lideranças estudantis da época: Serquiz Farkatt, presidente do Centro Estudantil e Érico de Souza Hackradt, presidente da Associação Norte-rio-grandense de estudantes, dentre outras grandes personagens abordadas e salientadas. Nesse ponto, o samba enredo da Escola Balanço do Morro e todo o aparato que será montado para reverenciar Djalma Maranhão, deverão servir como importante olhar sobre os momentos vivenciados, no contexto de uma memória coletiva, enriquecendo o presente e tornando-se capaz de iluminar o futuro, ao projetar as relações que o prefeito Djalma Maranhão manteve com a sua cidade e com o seu povo, dedicando-lhes a sua inteligência e sabedoria, colocando-se a serviço da sociedade.
Buscamos, assim, detectar e salientar as ações de
integração da cultura, da educação e
das praticas culturais populares na administração
Djalma Maranhão e, sobremaneira, na “Campanha De Pé
no Chão Também se Aprende a Ler”, na década
de 1960, verificando-se que, com o passar do tempo não se
restringiram, apenas, aos ‘Acampamentos’, mas se desdobraram
na criação de Praças de Cultura, do Teatrinho
do Povo, Galeria de Arte, Concha Acústica, Bibliotecas Populares
e Círculos de Leitura, Museu de Arte Popular, reativação
de grupos de danças folclóricas etc, realizando feiras
de livros, congressos de escritores e muitas outras ações
socioculturais estruturantes. Assim, salientamos que a proposição do tema deste samba-enredo nasceu do reconhecimento do papel exercido pelo Prefeito Djalma Maranhão, e que o registro e a preservação da memória são fundamentais para articular e fundamentar a história pregressa e sua vinculação com o futuro, ressaltando-se, nesse caso, que os últimos anos da década de 1950 e os primeiros anos de 1960, a grande “década que não acabou”, foram marcados por eventos como o advento dos movimentos de cultura popular e as experiências por uma educação libertadora, no Brasil, que, em Natal, na administração do prefeito Djalma Maranhão, são reconhecidos como acontecimentos históricos de natureza educacional e cultural revestidos de grande relevância, passando a ser um manancial memorialístico de um importante movimento cultural, social e educacional para o Brasil, em Natal, capaz de chamar a atenção e de ser utilizado por estudiosos, educadores, pesquisadores, estudantes e pelo publico em geral. Por todas essas justificativas, a Escola de Samba Balanço do Morro homenageia o ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão, demonstrando em suas evoluções na Avenida a força da sua tradição, a pertinência do tema e a qualidade do samba-enredo que interpretará com garra e emoção! |
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Selo
Comemorativo dos 100 Anos de Djalma Maranhão, utilizado em
nosso Memorial Online, Exposição Fotográfica,
publicações, cartazes e material de divulgação.